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terça-feira, 8 de maio de 2012

Em Busca do Aconchego Perdido

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Dia desses fui convidada para escrever uma coluna na revista Botucatu Especial. E, adivinha?! Adorei a idéia!!!!
Pois então, logo de cara já batizei a coluna de "Lar doce Lar" e, como não poderia deixar de ser, meu primeiro texto foi sobre aconchego, aquela teclinha na qual eu sempre bato aqui... 
Agora que a segunda edição da coluna está no forno, vou colocar aqui o texto da primeira coluna, recheado com algumas fotos a mais! E, claro, quem puder, dê uma passadinha no site da revista prá ver como ficou bacana lá! 

(Texto de Fabíola Soares Zahn, publicado na Revista Botucatu Especial, Ed. 32, em março de 2012.)

 
Nas últimas décadas vimos o moderno e prático tomarem conta de nossas vidas e de nossas casas. Queríamos tudo o que demandasse menos trabalho e menosperda de tempoem casa. Até porque cuidar da casa esteve completamente fora da moda após as conquistas feministas.
 
Hoje, com a correria completamente instalada em nossas vidas, temos sentido a necessidade de desacelerar. A vida moderna chegou acompanhada de tamanho cansaço que, ao invés de simplesmente uma morada, nossa casa se torna um verdadeiro refúgioé nela que nos sentimos protegidos, que queremos passar nosso tempo livre, receber os amigos, descansar e recarregar as baterias.


 Um cantinho gostoso assim para descansar e apreciar o ritmo da natureza não tem preço! Foto: Arquivo Pessoal
 
E para alcançar esse tão merecido aconchego, a tendência é cada vez mais preencher a casa com móveis e objetos que nos tragam conforto, que evoquem boas lembranças e que nos remetam a tempos mais calmos, a uma vida mais simples, criativa e sustentável. Entram em cena agora objetos comprados em viagens, presentes ou heranças de pessoas queridas e as coisasdo tempo da vovó. Voltam à moda com tudo os bules e canecas de ágata, o cafezinho de coador (ainda que numa versão modernizada, individual), as almofadas bordadas a mão, como se com eles voltasse também o própriotempo da vovó! Acho que chegamos à conclusão de que elascom suas panelas de ferro, suas colchas de crochet, seus carrinhos e sacolas de feira e olixinho de restos para as galinhasé que estavam certas! Até mesmo os termosvintageeretrôestão na última moda!


 A pausa para descansar, espreguiçar e tomar um cafezinho no meio de um dia de trabalho agora é questão de saúde! 
Foto Arquivo Pessoal

A impressão que tenho é de que antes queríamos ochique, o moderno, a tecnologia. E hoje vemos que caminhamos para um mundo tão caótico, estressante e degradado que tudo o que queremos é voltar atrás e resgatar atitudes mais sustentáveis, viver de forma mais simples, mais próximos da natureza e cercados de mais gentileza.


Esse é o mundo que criamos e do qual agora estamos tentando desesperadamente fugir... 
 
A trendsetter holandesa Li Edelkoort, apontada pela revista Time como uma das 25 personalidades mais influentes do mundo e consultora das principais grifes de moda, design e produtos de consumo, diz na última edição de seu livro anual de tendências de bem-estar (The Well-Being Biblenão editado no Brasil) que a sociedade está focando cada vez mais na descoberta de um senso de conforto em todos os aspectos do cotidiano. Segundo ela, as pessoas estão procurando mais autenticidade, honestidade e verdade. De certa forma, é o começo do fim da globalização, no sentido de que estamos cansados de ver os mesmos produtos no mundo todo, quer você esteja em Tókio, Nova York ou São Paulo. Em tempos de ataques terroristas, conflitos, desastres naturais e crises econômicas, as pessoas têm necessidade de mais segurança, mas também de sentimento de conforto, calma e equilíbrio. Segundo Edelkoort, o desejo de bem-estar será a força motriz em todos os aspectos da vida e a tendência é que as pessoas criem seus própriosninhos de bem-estarem casa. Com a crise econômica, as pessoas passam mais tempo em casa, se dedicam mais à família e às pessoas próximas. A palavra de ordem em seu livro é cozy, que em português significa acolhedor, aconchegante.


Agora, os móveis da vovó (como esses, que eram da minha!) voltam a ter lugar de destaque na decoração e um cantinho ensolarado como esse leva embora a frieza dos tempos modernos. Foto Arquivo Pessoal.


 As tendências para a decoração de interiores apontam para a liberdade na mistura do rústico com o contemporâneo, do caro com o barato, do velho com o novo, para aruralizaçãoe para o renascimento de produtos regionais e artesanais. Ambientes mais íntimos, menores e com formas mais orgânicas, que remetam aos valores essenciais, serão valorizados e a cozinha será cada vez mais o lugar preferido da casa para reunir os amigos. Estarão em alta a lã, o algodão, o veludo, o tricot e os bordados. E os ambientes frios, minimalistas e intelectuais estão com os dias contados!


Na decoração moderna, a cozinha ganhou destaque, voltou a ser um lugar pensado para receber os amigos e o toque retrô está presente em móveis, acabamentos e utensílios. Foto Casa e Jardim.


É como diz a música de Nando Cordel:Estou de volta pro meu aconchego, trazendo na mala bastante saudade, querendo um sorriso sincero, um abraço, para aliviar meu cansaço (...).


E esta aí sou eu, caminhando rumo ao futuro, em busca do meu aconchego no meu paraíso, lá no Mato Grosso do Sul!

Com amor,
Bió

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